Após vir a público a divulgação de sua conversa com Joesley, ministro Marcos Pereira sai de férias

Três dias após a divulgação do áudio de uma conversa com o empresário Joesley Batista, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, iniciou nesta segunda-feira (9) um período de férias que vai até a próxima sexta (13). Revelada pelo site da revista “Veja”, a gravação está sob análise da Procuradoria Geral da República (PGR).

O despacho do presidente Michel Temer que autorizou as férias de Pereira, filiado ao PRB, foi publicado na edição desta segunda do “Diário Oficial da União”.

O pedido, segundo o Palácio do Planalto, foi apresentado pelo ministro na última quarta (4) e teve o aval de Temer na sexta, mesmo dia em que a revista publicou reportagem com o áudio da conversa entre o ministro e Joesley.

O diálogo serviria de prova para confirmar o acerto do pagamento de R$ 6 milhões em propina a Pereira, conforme relatado por Joesley aos procuradores que atuam na Operação Lava Jato.

Um dos donos da J&F, grupo que controla o frigorífico JBS, Joesley fechou acordo de delação premiada. Contudo, a entrega à PGR de áudios complementares ao acordo provocou uma reviravolta no caso. O empresário está preso e pode perder os benefícios da delação. Essa decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota, Pereira informou que não fará comentários sobre “pretensas gravações ilícitas” e que sua defesa se manifestará no STF para “mostrar sua inocência”.

O Palácio do Planalto não quis comentar o conteúdo da conversa entre Marcos Pereira e Joesley Batista. A assessoria da Presidência também não se manifestou sobre autorização de férias a Pereira feita pelo presidente Michel Temer.

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços afirmou, em nota, que as férias de Pereira não teriam relação com a divulgação da conversa com Joesley.

“As férias do ministro Marcos Pereira foram solicitadas no dia 4 de outubro ao presidente Michel Temer, que as autorizou no dia 6 de outubro. É óbvio, portanto, que não tem relação com qualquer fator externo. O ministro estará de férias entre os dias 9 e 13 de outubro”, diz a nota.

Questionada sobre o motivo das férias neste momento, a pasta informou que o ministro tirou dois períodos de férias (um de 4 dias e outro de 6) em 17 meses de governo.

“Não foi possível tirar os outros dias em datas anteriores devido à intensidade da sua agenda e as viagens internacionais oficiais. Com mais estes 5 dias presentes ainda lhe restam 15 dias de férias”, registrou o ministério.

Fonte: G1

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