Integrantes do Banco Mundial articulam para barrar Weintraub

Apesar de ter anunciado, ontem, que estava deixando o Ministério da Educação para ir para Washington ser diretor executivo do Banco Mundial, o ex-ministro Abraham Weintraub pode ter sua indicação barrada dentro e fora da instituição. 

Integrantes do banco estão se movimentando para impedir a posse de Weintraub como diretor executivo do board de representantes de 189 países que possuem ações da instituição, segundo fontes próximas ao órgão.

No Brasil, uma nota enviada aos acionistas feita por um grupo liderado pelo diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero faz um alerta aos acionistas sobre da indicação, conforme informou o Blog do Sakamoto nesta sexta-feira (19/6). 

A indicação de uma pessoa com perfil ideológico e sem traquejo diplomático como Weintraub para o Banco Mundial é uma contradição dentro do organismo multilateral, sempre criticado por bolsonaristas e que demanda pessoas equilibradas para as negociações entre os pares, inclusive, com um dos maiores desafetos do ex-ministro: a China, um dos principais acionistas do banco. 

“A China é o terceiro maior acionista do Banco Mundial e ocupa uma cadeira muito importante na Diretoria-Executiva. Até mais porque agora vou estudar imune”, destacou em rede social a economista Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics (PIIE), em Washington, e que já trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI). Para ela, Weintraub “não passará” pelo crivo dos acionistas do banco.

O cargo que o presidente Jair Bolsonaro pretende “premiar” o ex-ministro polêmico e cheio de desafetos, com um salário anual de R$ 1,3 milhão, era ocupado pelo atual diretor do Banco Central, Fábio Kanczuk. Ele está vago desde outubro do ano passado e o mandato expira em 31 de outubro.

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